PT | EN

PT | EN

Peregum assina compromisso internacional por uma inteligência artificial participativa e inclusiva na África

21 / 07 / 2025

Projeto Griôtech integra manifesto assinado por mais de 50 organizações, defendendo um futuro digital guiado pelas vozes negras e saberes ancestrais

Em abril de 2025, mais de cinquenta organizações africanas e aliadas globais assinaram um importante documento direcionado aos organizadores do Global AI Summit on Africa — evento que reuniu lideranças do setor público, privado e da sociedade civil para debater os rumos da inteligência artificial (IA) no continente africano.

Entre os signatários está o Instituto de Referência Negra Peregum, por meio do projeto GriôTech, uma iniciativa que conecta ancestralidade, inovação tecnológica e justiça racial. Ao endossar esse posicionamento, o GriôTech não apenas manifesta apoio: reafirma seu compromisso político e ético com um futuro digital construído a partir das vozes e vivências dos povos africanos e da diáspora.

Por que isso importa?

A inteligência artificial está transformando o mundo em múltiplas dimensões — da comunicação cotidiana à formulação de políticas públicas. Mas é preciso lembrar: tecnologia não é neutra. Ela reflete os interesses, valores e desigualdades estruturais das sociedades que a produzem.

Se comunidades africanas, indígenas, negras e periféricas não forem envolvidas desde o início dos processos de concepção, desenvolvimento e regulação da IA, corremos o risco de aprofundar injustiças já existentes — em vez de superá-las.

É nesse contexto que a declaração africana sobre inteligência artificial surge como um marco estratégico. Assinada por 54 Estados africanos, ela estabelece princípios fundamentais como:

  • soberania tecnológica
  • inclusão
  • diversidade
  • governança ética
  • criação de empregos dignos
  • infraestrutura própria de dados e computação
  • financiamento de soluções locais

Seu compromisso de investir 60 bilhões de dólares por meio do Fundo África de IA representa um passo importante, mas que só terá impacto real se comunidades e organizações locais forem protagonistas na implementação.

Por isso, o documento assinado por dezenas de organizações da sociedade civil reforça a urgência de transformar essa declaração em ação concreta, com mecanismos participativos, investimento justo e escuta ativa dos territórios.

África, ancestralidade e futuro digital

Ao assinar esse compromisso, o GriôTech reconhece e fortalece o papel central da África na construção de tecnologias mais humanas, éticas e regenerativas. Das filosofias de base comunitária, aos saberes ancestrais que sustentam soluções de cuidado coletivo, há um universo de referências africanas capaz de inspirar um outro modo de fazer tecnologia.

O GriôTech seguirá atuando por esse horizonte: um futuro digital que repara, escuta e emancipa — onde inovação significa também justiça, pertencimento e dignidade.”

Para mais informações, acesse a íntegra da Declaração Africana sobre Inteligência Artificial.