Evento paralelo realizado pela organização se baseia em temas como perfilamento e reconhecimento racial, além da equidade racial na educação
Nesta quarta, 31 de maio, o Instituto de Referência Negra Peregum inicia sua viagem nos Estados Unidos onde participará do 2⁰ Fórum Permanente de Afrodescendentes, evento da ONU, que acontecerá na Universidade Columbia. O evento vai reunir Estados, instituições de direitos humanos e representantes da sociedade civil.
Como parte das atividades paralelas ao Fórum, às 18h (horário de NY), o Instituto realiza o encontro “Práticas e Estratégias Rumo a uma Abordagem de Justiça Racial Global”.
A organização do evento é iniciativa do Instituto de Referência Negra Peregum em parceria com o Núcleo de Justiça Racial e Direito da Fundação Getúlio Vargas, por Lemann Center or Brazilian Studies/ILAS (Columbia University), por Geledés – Instituto da Mulher Negra ao lado das organizações como o Projeto Seta, liderado ActionAid, Consulado Geral do Brasil em Nova York, o Centro de Estudo das Relações de Trabalho e Desigualdades (CEERT) e o Observatório da Branquitude.
Para Vanessa Nascimento, presidente do Instituto de Referência Negra Peregum, a ação é “uma oportunidade para se discutir as desigualdades raciais e compartilhar com diversos países, estratégias em direitos humanos para o enfrentamento às estruturas racistas”.
O evento contará com três painéis temáticos direcionados às autoridades internacionais e representantes de Organizações da Sociedade Civil.
O Painel I terá como tema a “Igualdade Racial e Políticas de Reparação”, e contará com a moderação de Thiago Amparo (FGV) e palestras de Anielle Franco, ministra da Igualdade Racial, Michael McEachrane, Fórum Permanente sobre Pessoas de Ascendência Africana e Regina Santos, do Movimento Negro Unificado (MNU).
O Painel II trará para o centro do debate uma discussão de suma importância para o nosso contexto. “Como Superar o Perfilamento Racial”, com moderação de Ágatha de Miranda, do Instituto de Referência Negra Peregum e falas de Inara Firmino (FGV), Thales Vieira (Observatório da Branquitude), Winnie Santos (CEERT) e Jasmine Mickens (Open Society US).
Ágatha de Miranda, coordenadora de incidência política do Instituto de Referência Negra Peregum, afirma que “o Fórum é um espaço de fortalecimento às ações de proteção dos direitos das pessoas afrodescendentes, poder discutir temas desde tecnologia a saúde nesse espaço nos ajuda a compreender as similitudes dos problemas da diáspora no mundo e pensar em saídas globais.”
O Painel III trará como tema central “Construindo caminhos para uma educação antirracista como abordagem de justiça reparadora: desafios e oportunidades”, com moderação de Manuela Thamani (Observatório da Branquitude) com palestras de Ana Paula Brandão (ActionAid e Projeto Seta), Ellen da Silva (Mahin), Edilza Sotero (CEERT), Douglas Belchior (Uneafro) e Paulo Blikstein (Columbia e Centro Lemman).
Douglas Belchior, cofundador da Uneafro Brasil, avalia que participar do Fórum é uma oportunidade de dar visibilidade internacionalmente para estudantes que fazem parte de grupos minoritários, mais fragilizados do sistema educacional brasileiro, e pensar estratégias de promoção de ações afirmativas na Educação Básica.
No mesmo dia, às 19h, Samay Gomes, do Instituto Peregum, participa do evento paralelo “Mulheres Afrodescendentes na Ciência, Tecnologia, Engenharia e Matemática: Desafios e oportunidades na Justiça Restaurativa”. O evento acontece na escola de direito da Fordham University.
Entre os temas debatidos, os impactos das barreiras e desigualdades de gênero e raça para as mulheres negras na falta de representação em áreas relacionadas a tecnologia.
O Fórum Permanente de Afrodescendentes é um órgão criado por resolução 75/314 da Assembleia Geral das Nações Unidas, como “mecanismo consultivo para pessoas de ascendência africana e outras partes interessadas relevantes como uma plataforma para melhorar a segurança e qualidade de vida e meios de subsistência de pessoas de ascendência africana. Além disso, é o órgão consultivo do Conselho de Direitos Humanos, em consonância com o programa de atividades para a implementação da Década Internacional dos Afrodescendentes.
por Luís Soares e Mayara Nunes